quarta-feira, 19 de agosto de 2009

A formação e a vida

Hoje em dia existem milhões de cursos superiores (realidade bem diferente do que havia na época dos meus avós e dos meus pais). Tem curso para todos os gostos (presencial, a distância, nas públicas, nas particulares, etc.). Curso de Letras então...nossa!!!!!!!!!!!!!!! Esse se propaga mais que a gripe suína. Que bom que é assim!!! Mais emprego para nossos licenciados que buscarem continuar sua formação, mas ao mesmo tempo, mais problemas na disputa das vagas (muita oferta e pouco emprego tende a pagar salários mais baixos, porque até hoje quem ganha mais é porque tem uma formação mais "rara" e é bem valorizado no mercado ou na pior das hipóteses, não lhe falta emprego, pode escolher). Enfim, continuo pensando no dilema da formação: a educação do nosso aluno deve ser muito, muito sólida, mas essa solidez não se resume ao fazer prático, ao saber-fazer, ao executar. Ela precisa conciliar esse fazer com o retorno intelectual/reelaborado desse fazer. A questão é que hoje não damos conta nem de uma coisa, nem de outra. É certo que a vida não se resume ao poder de compra, ao acesso aos bens de consumo, mas também é verdade que sem o mínimo de investimento (boa formação, bons livros, boas oportunidades de discussões com pessoas de vários pontos de vista, enfim, boas oportunidades de sairmos de nosso mundinho, de nosso próprio cotidiano, de nosso próprio saber-fazer) nada acontece. Qualquer ousadia é antes uma condição de possibilidade. Como criamos essa condição em nós e nos outros é um grande mistério.

Um comentário:

  1. Tenho ouvido falar e muito que após o termino da faculdade, é que percebemos o que nos falta e aí corremos atrás disso, mas acho que a faculdade deveria fazer o máximo para que saíssemos o melhor preparado possível dela.
    Fazer cursos depois sem uma instuição que banque pode ser bem difícil para os alunos, e sair a trilhar caminhos mais complicado ainda, por que como dito, quanto mais preparação, mais opção.

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