domingo, 8 de março de 2015

Meu olhar sobre Cuba... ou sobre a vida...

Estamos em março de 2015. Há três meses, mais precisamente no dia 17 de dezembro de 2014, houve o anúncio histórico de que Cuba e Estados Unidos retomariam as relações diplomáticas. Com isso, certamente nossa visita à Havana no último mês de fevereiro se impregnaria de alguma forma desse momento histórico. Realmente esse “novo” cenário, ainda incerto e ainda incipiente, marcou o meu olhar sobre a Cuba de hoje. Acho que o registro que mais representa esse momento, no meu ponto de vista, é este captado pela foto abaixo:
Esse carro particular, produzido nos anos 50, ainda circula nas ruas de Havana como tantos outros carros antigos existentes na ilha desde antes da revolução. Na verdade, esse museu de carros à céu aberto que é Havana e a pouca quantidade de veículos circulando na cidade (fazendo com que NÃO haja congestionamento ou que esse seja mínimo, especialmente em horários de pico) são as coisas que mais me agradaram na cidade (bem como os prédios antigos em restauração), pois não sei se há outra capital no mundo em que se possa circular tranquilamente sem passar por um engarrafamento estressante. Voltando ao carro da foto, esse foi um dos mais mal conservados que vi, mas certamente devem circular muitos outros nas mesmas condições, pois os carros antigos mais bonitos, em geral, são propriedade do governo (fato que constatei pela observação das placas). Aliás, muitos dos carros mais novos que estão circulando na cidade também são propriedade do governo ou pertencem aos estrangeiros. De carros novos, vimos Kia, BMW, Mercedes, Geely, Pegeout, Fiat, entre outros. A marca da empresa americana Apple adesivando esse carro e outros também com esse mesmo adesivo mostra claramente esse momento dúbio pelo qual vive o país e não é à toa que justamente ESSA empresa seja uma das que esteja empenhada no fim do embargo econômico que o assola há décadas. Abaixo, um outro carro trazendo também o adesivo da Apple e da marca da Playboy.
Vi várias pessoas nas ruas vestindo roupas que representavam a bandeira dos Estados Unidos. Nos penteados dos jovens, especialmente dos meninos, uma clara imitação aos penteados dos cantores norte-americanos de origem hispânica hoje conhecidos mundialmente como representantes da música latina Prince Royce e Romeo Santos, nascidos em um bairro periférico da cidade de Nova York, no qual há uma maioria latina, de negros e de outros imigrantes.
A influência desses cantores (e de outros que eu desconheço) é evidente no vestuário, no estilo e, obviamente, na cosmovisão de muitos adolescentes cubanos (mesmo que o acesso que eles tenham à internet na ilha de Cuba seja infinitamente inferior ao acesso que temos por aqui, seja em função dos equipamentos mais antigos que possuem, seja em razão da conexão ou ainda do preço (aliás, nem eu como turista tive acesso à internet, pois as tais “tarjetas” que são vendidas para possivelmente ter acesso ao wifi estavam em falta. Tais “tarjetas” são distribuídas pela empresa governamental ETECSA, que controla as telecomunicações no país). Em função disso, existem lugares “comerciais” caseiros que baixam vídeos dos cantores conhecidos e os vendem a preços acessíveis em moeda nacional, o CUP (um aparte em relação à desvalorização da moeda nacional: um cubano médio, de nível superior, como um professor ou um médico, recebe, em moeda nacional, em torno ao equivalente a R$ 100,00 mensais). Com isso, só consegue acessar a compras em lugares em que se vende nessa moeda nacional desvalorizada e com produtos restritos aos que são subsidiados pelo governo, pois na outra moeda criada para o turismo, o CUC, que em fevereiro era equivalente ao euro, é inviável a aquisição de qualquer coisa. Para ter uma ideia, o valor de um litro de leite em um mercado de “venda livre” custava em torno ao equivalente a R$ 9,00. Hoje há muitos cubanos que têm acesso à moeda do turismo, especialmente os que trabalham com isso, os que têm pequenos comércios (permitidos desde que Raúl Castro assumiu o governo), os que trabalham na agricultura ou recebem dinheiro de parentes que moram fora do país (não sem antes deixarem parte do dinheiro recebido de impostos para o governo). Essa desigualdade entre os cubanos que recebem em CUP (a maioria) e os que recebem em CUC (a minoria) é o que mais me incomodou, pois eu, ingenuamente, imaginava que havia padronização no modo de vida dos cubanos, mas na verdade não há (quando me dei conta disso, conversando com o taxista que nos levava, lembrei daquele trecho da música “Ninguém” dos Engenheiros do Hawai: “são todos iguais (...) uns mais iguais que os outros” e o citei. O taxista sorriu e concordou que esse trecho representa bem a realidade cubana atual). Com certeza NÃO há uma desigualdade social TÃO GRANDE como a de um país assumidamente capitalista, mas, particularmente, se eu fosse uma cubana e vivesse numa casa antiga em que a instalação elétrica é tão precária a ponto de qualquer momento poder provocar um incêndio, eu me perguntaria porque existem casas de dois pisos com antenas parabólicas e carros na garagem (segundo me disseram, as antenas parabólicas não seriam permitidas. Já ter um carro relativamente novo pode ser considerado sinônimo de riqueza, pois a grande maioria das pessoas não têm carro e também não é qualquer um que pode consumir carne com frequência, pois o preço da carne é inviável para a maioria dos cubanos). Fiquei sem saber quem são esses privilegiados que moram nessas casas, mas com certeza fiquei muito curiosa em relação a isso.
O governo cubano está estudando a unificação das moedas, o CUP e o CUC, e isso vai acabar sendo inevitável, pois com a pressão das empresas norte-americanas para o fim do embargo deverá haver esse efeito cascata: o fim do embargo deverá resultar no aumento do poder aquisitivo da população, que só poderá existir se o cubano, de forma geral, passar a receber em CUC (que eu repito, quando estivemos lá em fevereiro, estava equivalente ao EURO, dificultando também a vida do turista latino-americano por lá. De fato, a maioria dos turistas que encontrei eram canadenses, europeus e norte-americanos, com alguns argentinos e venezuelanos perdidos). Em muitos momentos me senti de volta aos anos 80 (especialmente quando observei as roupas nas lojas, os enfeites domésticos e as farmácias que vendem em moeda nacional) e nesse aspecto, em especial, achei positivo aquele cenário. Como lá não tem propaganda de nada além da propaganda governamental, percebi de maneira mais clara o quanto somos bombardeados o tempo inteiro no nosso contexto capitalista pelo apelo ao consumo desenfreado e somos convocados a adquirir um monte de coisas extremamente supérfluas que hoje parecem imprescindíveis. Isso AINDA não existe lá (mas vai existir num futuro próximo, pois os cubanos estão doidos para comprar o que hoje não podem ter, o que, de alguma forma, eu chego a lamentar, porque de fato a gente não precisa de muito para viver, mas é insistentemente levado a acreditar que sim). Outro aspecto que me chamou bastante atenção nos dias em que estive lá foi o número de pessoas que se vestiam totalmente de branco e perguntei o que significava. O que me explicaram é que essas pessoas haviam participado de cerimônias religiosas afro-cubanas para “hacerse santo”, que lhes impunham algumas restrições, entre elas, a de vestir somente roupas brancas por um período de um ano (sendo que nos três primeiros meses não poderiam sair na rua com a cabeça descoberta). Realmente vi na rua muitas e muitas pessoas vestidas assim, desde muito novinhas até pessoas mais velhas. Pesquisei a respeito e vi que esta prática é cada vez mais recorrente no país e é inclusive fonte de recursos para o turismo internacional, pois encontrei sites exclusivos para esse tipo de turismo religioso, no qual se paga em torno de R$ 1.500,00 para participar dessas cerimônias. Também existe o turismo ”médico”, no qual se oferecem check ups para adultos e crianças, incluindo exames de sangue e de imagens e, no caso de crianças, incluindo avaliações psicológicas, validados pela boa fama da medicina no país. Tais check ups podem serem feitos pelo valor aproximado de R$ 1.200,00, dependendo do que estiver incluso.
Um dos lugares mais interessantes que vi por lá foi a “Tribuna anti-imperialista” José Martí, onde são realizadas atividades artísticas a céu aberto, bem em frente ao prédio do SINA (Escritório de Interesses dos Estados Unidos em Cuba), que seria o órgão de representação diplomática dos Estados Unidos, já que lá não existe embaixada desse país. A estátua de José Martí aponta para o prédio ao fundo, provocando, para quem a vê, a ideia de um cenário semiótico acusatório em relação aquele órgão e o que ele representa (ou representava?) para Cuba. Como eu tenho uma visão muito negativa do papel dos Estados Unidos perante os demais países e em especialmente em relação aos países da América Latina, ver aquele espaço gigante de negação a tudo que eles representam de intervenção e de atraso para os países nos quais os governantes locais ao longo da história recente se deixaram explícita ou implicitamente dominar por eles me pareceu um grande alento. Eu ri por dentro com aquilo. Na verdade me senti de alma lavada pela ousadia de construírem uma obra daquelas. Sei que nessas relações todas não existem santos e nem mesmo heróis. Eles são todos fabricados pela política ou pela própria mídia, pelos filmes que nos chegam... Cada um de nós assume, claramente ou não, uma posição nesse jogo nem sempre explícito de intenções, a maioria delas menos nobres do que idealmente deveriam ser. O senhor todo poderoso do momento é o mercado e, em função disso, há um imobilismo político tremendo e posições cada vez mais individualistas. Seja no lugar que for. Para encerrar, o que me vem à mente frente a tudo isso é a célebre frase latina popularizada pelo filósofo inglês Thomas Hobbes, “homo homini lupus” (O homem é o lobo do homem). Isso é o que tenho a dizer sobre o que tenho visto e ouvido, não só sobre Cuba, mas sobre as relações humanas. Vou parar por aqui...

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Autobiografia

Sou Valesca Brasil Irala. Nasci em 21 de outubro de 1979, em Alegrete. Sou filha de militar do Exército reformado e professora de Biologia aposentada. Não tenho irmãos. Ingressei na pré-escola com três anos de idade, mas confesso que minha primeira professora foi mesmo a minha mãe. Ela me ensinou, desde muito pequena, a contar histórias, declamar versinhos e a ser “respondona” (por osmose), característica que me acompanha até hoje. Diz ela que eu comecei a falar com oito meses. Também segundo contam, com dois anos de idade, fugi de casa para ir a uma pracinha que ficava há várias quadras da minha residência e, quando fui encontrada, disseram que eu estava com um palito de fósforo na boca, simulando que fumava um cigarro. Parece que tomei uma “tunda de laço” bem grande por esse feito. Cresci vendo minha mãe preparando aula e, quando estava na primeira série, gostava de ajudar meus coleguinhas a fazerem as suas atividades, o que não agradava muito a minha professora, pois ela me puxava literalmente pelas orelhas para eu voltar ao meu lugar. Até a terceira série era uma aluna mediana, mas na quarta série minha mãe resolveu me trocar de turno na escola, o que me levou a conhecer uma professora que simplesmente me adorava e me motivava a ser a melhor aluna da turma. Foi a primeira vez que o meu boletim foi para casa recheado de notas máximas, deixando o meu pai cheio de orgulho. Dali em diante, a partir da influência dele e dessa professora, determinei-me que deveria esforçar-me para sempre ser uma aluna assim: brilhante aos olhos dos adultos que estavam ao meu redor! No ano seguinte, essa professora, que já era bem velhinha, faleceu. Lembro-me de ter chorado muito com essa perda, pois é difícil ver partir alguém que significou tanto na vida da gente e nos ajudou a crescer. Segui estudando nessa escola até a sexta série. Nessa época, fiz aula de balé clássico por cinco anos e também fiz aula de inglês durante um ano, numa escola de idiomas da cidade. Lembro até hoje de repetir a pergunta “Do you have any brothers and sisters?”, sem entender bulhufas o que eu estava dizendo. Na sétima série, mudei-me de cidade e sofri muito com a perda das amizades e a diferença do sistema educacional: na nova escola havia notas mensais e não bimestrais e os conteúdos eram rigidamente trabalhados através de apostilas, diferentemente da escola anterior, onde encenávamos bastante peças de teatro e líamos muito na biblioteca, atirados no tapete, em meio a muitas almofadas coloridas. No mês de março de 1993, tirei a minha primeira nota abaixo da média: 4 em Matemática! Foi ali que a minha ideia de cursar Arquitetura ou Engenharia estava acabada. Mais ou menos desde os 10 anos, colecionava as plantas baixas dos apartamentos que saiam no jornal todos os domingos e, também, brincava de construir plantas baixas de escolas, de bairros, de cidades, etc. Entretanto, aquela nota baixa em Matemática me havia dado uma sentença: as exatas não eram comigo! A partir dali, fiz aula particular de Matemática até o final do Ensino Médio, mais por costume e preguiça do que por real necessidade. Quando fui para o Ensino Médio, minha mãe decidiu que eu deveria fazer um curso técnico. Então, ingressei no curso “Técnico em Processamento de Dados”, junto com outros ex-colegas do Ensino Fundamental. O curso era puxado. Havia aula de manhã e de tarde. Eram mais ou menos umas treze disciplinas, se não me engano. Eu acordava cedo para estudar nos dias de prova. Conseguia notas razoáveis (menos em Educação Física, que nunca foi o meu forte) e ia levando a vida de estudante e de adolescente como qualquer pessoa da minha idade, até que minha mãe descobriu que eu andava de namoro no colégio e resolveu me trocar novamente de escola. Na nova escola, havia curso de magistério na época e então me defrontei pela primeira vez com a ideia de ser professora. Entretanto, minha mãe me disse que se era para eu cursar magistério, ela me colocaria numa escola pública. Até então, a ideia de estudar em escola pública me parecia um absurdo, pois a vida inteira estudei em escolas particulares. Eu tinha muito preconceito contra a escola pública, mas esse pensamento que foi revisto somente quando me tornei docente em uma. Foi assim que decidi não cursar magistério. Nessa mesma época, comecei a estudar espanhol por meu interesse, algo que meus pais não levavam muita fé, pois estavam acostumados a me ver iniciando alguma atividade extra-classe e abandonando-a tempos depois. Com o espanhol foi diferente, tanto que quando eu estava no terceiro ano do Ensino Médio, tive minha primeira experiência docente: preparava para o vestibular um candidato à Engenharia de Alimentos da FURG, de Rio Grande, dando aulas de Espanhol. Das quinze questões da prova, ele acertou catorze. Fiquei super-orgulhosa! O período da escolha profissional foi difícil. Fiz orientação vocacional, busquei currículos de cursos em diferentes universidades, lia semanalmente o jornal para observar as exigências do mercado de trabalho, comprava o guia das profissões, etc. Prestei vestibular para Jornalismo assim que terminei o terceiro ano, na UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul). Fiz uma excelente pontuação para quem estava recém terminando o Ensino Médio, mas eram na época dezoito candidatos por vaga nesse curso (eu tinha nota para aprovar em Relações Públicas, em Letras, em História, mas não em Jornalismo). Fiquei na suplência e nunca fui chamada. Decidi não ficar parada e iniciei o curso de Jornalismo na URCAMP, em 1997. Meus pais faziam um grande esforço para pagar mais de quinhentos reais pela minha mensalidade. Em seguida, comecei a trabalhar em um jornal impresso e fazia estágio não-remunerado numa emissora de TV, mas o que eu ganhava dava apenas para comprar algumas roupas e gastar nas festas (danceterias) que, a partir dessa época, passei a frequentar semanalmente. No terceiro semestre do curso, entrei em crise existencial e desisti do Jornalismo. Voltei a pensar em um outro curso que pudesse me realizar e, então, surgiu a primeira turma de Letras (Português/Espanhol) da URCAMP. Ao longo da faculdade, fiz estágio na Prefeitura Municipal e trabalhei em três escolas da rede privada. Durante o curso, conheci uma professora chilena que me incentivou muito e me ajudou a ter o meu primeiro trabalho apresentado em um congresso científico. Aquela oportunidade mudou a minha vida!!! Desde aquele dia em que participei desse primeiro congresso, no ano 2000, quando apresentei um trabalho num simpósio organizado pelo prof. Hilário Bohn, nunca mais tirei da minha cabeça uma ideia: minha grande meta era fazer um curso de Mestrado. Quando terminei a graduação, em 2002, fui cursar disciplinas como aluna especial na UCPel, em Pelotas. Lá convivi com pessoas maravilhosas: prof. Hilário, prof. Leffa e profa. Aracy. No mesmo ano em que entrei no mestrado, comecei uma especialização em Língua Espanhola na mesma universidade. Nessa época, conheci a profa. Beatriz Gabbiani. Os anos de 2003 e 2004 foram muito intensos: especialização, mestrado, namoros, professora na rede municipal e estadual e também professora universitária na URCAMP. Idas e vindas semanais a Pelotas. Além disso, não abandonava minhas festas de final de semana e nem a musculação (que pratiquei por dez anos consecutivos), porque ninguém é de ferro e eu gostava de ter vida social!!! Quando o mestrado terminou, senti um vazio tão grande que percebi que não poderia parar por ali. Em 2005, já não era mais professora estadual, mas continuava dando aula em cinco escolas na rede municipal e também no curso de Letras da URCAMP. Meu dia de folga era quarta-feira e eu ia toda semana no ônibus da meia-noite para Porto Alegre para cursar disciplinas como aluna especial nos Programas de Pós-Graduação em Letras e em Educação da UFRGS. Em outubro daquele ano, conheci a Profa. Amanda Scherer, no evento de Análise do Discurso que a UFRGS realiza de dois em dois anos. Naquele evento, após assistir a palestra de um psicanalista, desisti de tentar fazer a seleção do Doutorado da UFRGS em Linguística Aplicada, na qual eu estava inscrita há alguns meses e aconteceria no mês de dezembro. Lá iria um ano perdido. Entretanto, para minha surpresa, em janeiro de 2006, soube que não havia tido nenhum aprovado no Doutorado em Letras da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) e que a instituição reabriria a seleção. Tentei e consegui o primeiro lugar, vindo a ser orientanda da Profa. Amanda Scherer. Nem acreditei!!! Nessa mesma época, abriram os primeiros concursos da então recém criada Universidade Federal do Pampa (UNIPAMPA) e eu fiz o primeiro concurso para professor de Língua Espanhola e Linguística Aplicada dessa nova instituição pública. Em um primeiro momento, pensei em não tentar, por achar que seria bom demais para ser verdade conseguir uma vaga para docente justamente na minha área e na minha cidade, pois a grande maioria das pessoas que ali estavam se candidatando vinham de muito longe para conseguir um emprego, mas a Profa. Amanda me convenceu de que se eu não tentasse, iria me arrepender para o resto da vida. Resultado: passei em primeiro lugar! Precisei abandonar meus alunos da rede municipal e da universidade privada em que atuava, mas era um novo desafio que se avizinhava e eu não podia deixá-lo passar. Nessa mesma época, fui informada que abriria o curso de Doutorado da UCPel. Eu já estava fazendo o doutorado na UFSM, mas a possibilidade de retornar à UCPel, um lugar onde um me sentia tão em casa, foi determinante para minha decisão: prestei seleção novamente e, de novo, assim como no mestrado, não precisei pagar nenhuma mensalidade, visto que fui contemplada com a bolsa modalidade II da CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal do Ensino Superior). Estava de volta ao lugar que mais abriu meus horizontes e perto das pessoas que mais eu aprendi na vida! Conciliei o trabalho na UNIPAMPA e o Doutorado até o ano de 2009, quando conclui a tese e a defendi para os cinco membros da banca, entre eles a minha amiga Clara Dornelles. Nesse mesmo ano, casei-me com o Arlei Tonel. O pique para as festas nessa época também já não era mais o mesmo de antes. Lá se ia mais uma etapa. Minha vontade de continuar aprendendo coisas novas sempre foi muito grande e, em 2010, conversei em um evento com a Profa. Beatriz Gabbiani sobre a possibilidade de fazer pós-doutorado na Universidad de la República, em Montevidéu, sob sua supervisão. Comecei os trâmites burocráticos e mesmo sem afastamento total da UNIPAMPA para ir a Montevidéu, comecei em 2011 as atividades de pós-doutorado, viajando uma vez por mês e “me virando” como podia para seguir aprendendo, porque descobri que o que me move nessa vida são as descobertas que posso fazer, o convívio com pessoas com as quais posso aprender, as inquietações e dúvidas que ficam martelando, martelando e que não se respondem nunca completamente... O dia em que não puder ter mais isso, não preciso mais existir!!!

Bagé, 25 de agosto de 2011.

Valesca Brasil Irala

terça-feira, 31 de agosto de 2010

HOMENAGEM

Destino este espaço para prestar minha sigela homenagem ao SEU JERÔNIMO.

O senhor foi um exemplo de perseverança para seus jovens colegas...

Agradecemos o tempo em que esteve aqui conosco na UNIPAMPA, com sua singeleza, alegria e dedicação...


Descanse em paz aí no céu!

terça-feira, 17 de agosto de 2010

segunda-feira, 28 de junho de 2010

segunda-feira, 31 de maio de 2010

Actividad didáctica

Pessoal, abaixo, um exemplo de um objeto de aprendizagem que pode ser usado no ensino de espanhol para crianças. Gostaria que vocês comentassem sobre o que acharam do objeto, para que idade usariam se fossem professores, como complementariam as atividades propostas sobre a temática, enfim...coloquem-se no lugar de um professor de espanhol para crianças e avaliem o material:


sábado, 8 de maio de 2010

Espanhol básico I (Inodoro Pereyra)

Leia as charges do Roberto Fontanarrosa (humorista gráfico argentino) e comente o que lhe tenha chamado atenção (de forma, conteúdo, intenção comunicativa, efeito humorístico, etc.):